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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 23 de outubro de 2007





























Contabilidade macabra

Já é senso comum considerar como uma tragédia espantosa e absurda o ataque às torres gêmeas de Nova York, em 11 de setembro de 2001. Senso comum construído, montado e mitificado pela mídia corporativa unidimensional de todo o chamado mundo democrático liberal.

Em Nova York foram exatos 2.993 mortos, incluindo os 19 seqüestradores dos aviões e os 24 desaparecidos, conforme www.michaelmoore.com

Já no Iraque, as vítimas dos terroristas invasores norte-americanos do governo Bush Júnior (onde o senso comum ainda não foi moldado para classificar como “tragédia espantosa e absurda”), a contabilidade macabra já conta com 80.116 mortos, na maioria crianças e civis iraquianos (fotos), até o momento.


16 comentários:

Guga Türck disse...

Isso segundo as contagens ditas "oficiais". ONGS por aí calculam mais de 600 mil mortos do lado iraquiano - e no Afeganistão???

Cristóvão Feil disse...

Perfeitamente, Guga.

Eu já li que estariam próximo de 1 milhão de mortos no Iraque, 99% de civis.

O fato é que à Casa Branca não interessam esses números, pois eles não divulgam também o números de baixas de seus soldadinhos (a maioria negros e latinos pobres).

Aliás, a divulgação de baixas no Vietnã foi um dos elementos que abreviou a retirada deles do Sudeste asiático.

Hoje, esses números são preciosos, para qualquer lado do conflito.

Carlos Eduardo da Maia disse...

A imensa maioria dessas vítimas e mortes de guerra não foi causada pelo exército americano, mas pela guerra existente entre os próprios iraquianos. Na verdade, existe uma guerra civil no Iraque, em diversos frontes. Quando um iraquiano suicida se detona com bombas em frente a um quartel, a uma loja, a um posto policial, a uma zona eleitoral, cheio de inocentes iraquianos não se pode culpar -- diretamente -- por esse fato, o exército americano. É claro que tudo é consequência da irresponsável invasão americana, mas são os próprios iraquianos e suas facções radicais que estão levando essa guerra além. E recentemente o conflito pode piorar com uma guerra entre turcos e curdos e com a participação, ainda, do Curdistão. Quanto ao Afeganistão, a invasão americana libertou o povo daquele país de um regime completamente tirano, o Taliban, e que é financiado pelo terrorismo internacional e que, ainda, resiste. Está na hora dos scholars de esquerda enfrentarem a história de acordo com os fatos e não com o preconceito.

Anônimo disse...

Não tem mais nenhuma fotinho, velhinha de taubaté? Nenhuma de uma criança aleijada e cega e ferida e doente e sangrando? Bota mais umazinha, vai? E como tu mesmo diz: "E por aí vai..., mas te consola, meu filho, tu nasceste bom! Isto te basta." Quá-quá-quá.

Anônimo disse...

O anônimo aí de cima deve ser um(a) oligárquico (a) branco(a) a favor do terrorismo bom do Bush. Sofia

Anônimo disse...

Nazistas canalhas. Não é pleonasmo, pois os alemães pelo menos lutaram, ainda que a luta errada. Estes de hoje, praticam o genocídio sem causa, contra seres humanos indefesos.

Anônimo disse...

Maia, esse teu argumento não é nem original.
Quando da guerra do Vietnã (que no Vietnã, se chama "guerra dos EUA") o mesmo argumento era usado, isso é vietcong comunista contra os vietnamitas do bem de Saigon.
Hoje é iraquiano contra iraquiano, eles estão em guerra civil, esse povo abarbarado e estúpido, que gosta de se imolar para se aproximar de Alah.
As décadas passam e o discurso não muda.

Só responde uma coisinha Maia: que tal os norte-americanos sairem de lá?

Quando eles sairam do Vietnã a "guerra civil" acabou no outro dia, gozado não é mesmo?

Carlos Eduardo da Maia disse...

A situação é diferente, Juarez.
No Vietnam os americanos entraram em combate para impedir o governo vermelho do Vietnam. No Iraque eles conseguiram derrubar o governo do SAddam e estão tentando administrar a caótica situação, dando proteção (assim como fazem os brasileiros no Haiti) ao atual governo iraquiano. Os iraquianos - sunitas, xiitas, pró saddam, contra saddam, curdos, pró Al Qaeda, pró e contra o governo, estão se matando. Muito poucas das mortes contabilizadas ocorreram por fuzis americanos. O exército americano está dando guarida ao governo iraquiano que é contestado por muita gente, sobretudo os radicais. Eu também acho, que os americanos devem sair do Iraque, mas se isso ocorrer, será que o governo ali instalado vai conseguir sobreviver?

Anônimo disse...

Em 1994~96, primórdios da Internet, li um artigo publicado no Salon, quendo era gratuito, que dizia exatamente o seguinte: o motivo principal para Bush-pai não seguir vencendo até Bagdá era que o Iraque ficaria mergulhado em uma guerra civil inadministrável.

Saddan, ditador, tirano, sanguinário, era o que mantinha o país unido. E Bush-pai contentou-se em retomar o Kuwait para a British Oil.

E sabe como é milico, tem lei para fazer guerra que diz que o ocupante É O RESPONSÁVEL PELAS MERDAS QUE OCORREM DURANTE SUA OCUPAÇÃO, ao menos pelos tratados militares do final do século XIX, início do século XX, que foi uma mais civilizada do que a nossa. Isso inclui ser responsável pelos saques sistemáticos e organizados que ocorreram nos museus de Bagdá sob o olhar bovino dos marines.

Passam-se 12 anos, vem outra geração que está menos vinculada aos tratados que seus avós assinaram, o povo é mais ignorante e engole qualquer porcaria que se fala na TV, como por exemplo a ligação de Saddam com a Al-Quaeda, quando na verdade o Saddam era o único governante refratário e não subordinado à religião daquela região.

Fotos tem muitas, uma perda de tempo mostrar a esses infelizes robotizados da VEJA e TV. Tem montes de filmes, um impressionante é dos caras (marines? Blackwater?) rondando as ruas de Bagdá em um SUV e matando motoristas à esmo. Com direito a trilha sonora do Elvis, vidro de pára-brisa pipocando e carros batendo.

Na linha séria, o melhor é o livro do Robert Fisk - "War for Civilisation".

O bom é que no Iraque os EUA se afundaram de vez, pisaram fundo na jaca, se atolaram, mostraram sua carantonha horrenda diante de todo o mundo civilizado e informado. Aí a AL pôde navegar com mais desenvoltura. Se melhorar, estraga.

Anônimo disse...

Guga e Cristóvão

Essa cifra eu vi publicada numa matéria q li no ano passado e q falava desse levantamento feito baseado em critérios de saúde pública d uma universidade americana. Vou tentar localizá-la e postar aqui. Provavelmente as mortes d civis no Iraque, a essas alturas, beiram os um milhão de mortos, se já ñ passaram.
Sobre a situação no Iraque, ela pode ser acompanhada diariamente por esse linque do Terra.
http://noticias.terra.com.br/ultimas/0,,EI865,00.html

Anônimo disse...

Cristóvão

Desculpe estar retornando aqui assuntos q já foram tratados em postagens anteriores, mas é q eles se interligam. E, tbém, por q ñ há como deixar passar batido determinadas coisas. Outro dia li aqui nos comentários sobre a Condoleezza essa preciosidade: "Está aí uma mulher lúcida, capaz de enxergar a verdadeira natureza do atual governo do Brasil. É por isso que ela é a Condoleezza Rice. Já as velhinhas de taubaté...".
http://diariogauche.blogspot.com/2007/10/condoleezza-inclui-lula-em-lista-de.html#links
No comentário que fiz perguntei "o que a Rice é mesmo além de uma criminosa de guerra?" Insisto na pergunta, por q Condoleezza é um dos "cérebros" d toda essa barbárie q ocorre no Iraque.
Fico aqui contemplando a sua foto, seu semblante duro, tentando entender a natureza do fascismo. Meus pensamentos me desconcertam por q ñ tenho como ñ considerar isso. Rice é mulher, e além d ser mulher, é negra. Portando descendente daquela leva d escravos q foram trazidos às colônias obedecendo a lógica (permanentemente) bárbara do processo de acumulação do capital naquele momento da história. Assim, Rice ñ seria uma "beneficiária" direta desse processo d acumulação e sim uma vítima. E duplamente vítima, por ser mulher. No entanto, essa condição em nada a sensibiliza, pois q ela assume convictamente o seu papel d subjugar impiedosamente, da mesma forma como seus ancestrais foram subjugados. Isso me lembra o caso de um outro ocupante do Departamento de Estado, Henry Kissinger, judeu, filho d um povo q também padeceu da escravidão e de vários genocídios ao longo d sua história e q no entanto foi um dos mais pérfidos artífices da política estadunidense, articulador da escalada da guerra do Vietnam, do golpe no Chile, do genocídio no Timor, etc. Como essas criaturas podem abstrair tanto assim a sua própria história??? Seria uma forma de vingarem os padecimentos de seus ancestrais? Se for, é muito estranho, pois sua ira se dirige justamente contra outros deserdados, tal como eles, vítimas desse processo ao qual agora estão associados.
Parece q Samora Machel tinha razão ao dizer q a luta contra o fascismo ñ era uma questão d gênero ou d raça, mas uma luta dos explorados conta o capital sem rosto, sem etnia, sem nacionalidade. E é aí q está o problema. Essa "impessoalidade" do capital é o q dificulta em muito o entendimento d sua natureza.
Me parece q a "democracia" estadunidense, na minha modesta opinião, uma espécie d nazismo q deu certo, percebeu isso muito bem. Enquanto os nazistas alemães buscavam um ideal d "pureza racial" e outras sandices, a classe dominante dos EUA nunca se preocupou muito com isso e sempre acolheu, entre todos os filhos da puta, aqueles q mais servem aos seus interesses, ñ importando se negros, judeus, refugiados cubanos, irlandeses católicos, protestante, muçulmanos (vide Bin Laden),etc. Mesmo existindo lá gente q goste de linchar negros, latinos e agora, árabes...contradições menores do sistema.
Nesse contexto, entende-se, de certa forma, a ascensão de Rice, Colin Powell, Kisinger, Brezinsky, etc. Basta querer servir aos interesses do capital e vc é um "vencedor". Basta ñ ter escrúpulos d qualquer natureza, basta ser "O" filho da puta entre a legião d filhos da puta, sempre dispostos a servir. E como lá é a terra das "oportunidades", tem lugar pra todo mundo, desde os "capaz de enxergar" como a Condoleezza, até os manés-bucha-de-canhão, como esse anônimo q a exalta na sua postagem imbecil.
E por falar em manés, filhos da puta e em anônimos, desses q portam coisas do tipo "Não tem mais nenhuma fotinho, velhinha de taubaté? Nenhuma de uma criança aleijada e cega e ferida e doente e sangrando? Bota mais umazinha, vai? E como tu mesmo diz: "E por aí vai..., mas te consola, meu filho, tu nasceste bom! Isto te basta." Quá-quá-quá", recomendo a eles q dêem uma passadinha lá no cais do porto, na Bienal, e vejam uma expo de fotos documentais sobre a guerra do Vietnam. Ali já está exposta a barbárie das tropas de ocupação ianques, a tortura, enfim, todos os "ingredientes" disso q está acontecendo no Iraque, e q causaram surpresa aos, esses sim, "velhinhas de taubaté". Uma foto em particular me chamou a atenção. É a de um mariner com ar debochado, q segura, literalmente, restos humanos, o q sobrou de um vietnamita. Vou fotografá-la e sugerir que vc a publique no blog. Aí poderíamos adotar a seguinte sistemática: quem quisesse poderia enviar fotos dos seus parentes, mães, irmãos, filhos e aí eu recortaria a carinha deles (acreditem, sou bom nisso) e colaria na do vietnamita, ou no q sobrou dele, num simulacro macabro daquelas fotos q se tira em parques d diversões. Quem sabe, assim, alguns canalhas, charlatões-da-boca-do-lixo-vendedores-de-elixir-milagroso q freqüentam esse blog, vendo ali um ente querido, arrefeçam seu cinismo e entendam a dor alheia.
No mais, meu caro Cristóvão, me pergunto o q devemos mais aturar em nome da pluralidade e da liberdade d expressão? Pois veja: "A imensa maioria dessas ví­timas e mortes de guerra não foi causada pelo exército americano, mas pela guerra existente entre os próprios iraquianos"..."Muito poucas das mortes contabilizadas ocorreram por fuzis americanos. O exército americano está dando guarida ao governo iraquiano que é contestado por muita gente, sobretudo os radicais". Belos "argumentos". Eu acrescentaria a eles mais um: a escravidão negra não foi inventada pelos brancos, pois ela já existia na África. Pronto!!!!! Está tudo moralmente legitimado!
Mesmo abrindo espaços para esse tipo de coisa, somos as "velhinhas de taubaté" os "scholars de esquerda" que ñ enfrentam "a história de acordo com os fatos" e sim "com o preconceito." Será q nós precisamos d bobos da corte para medir a nossa credibilidade? Será q precisamos do contraponto da insanidade para aquilatar a nossa razão?

Anônimo disse...

Sobre a Rice: está comprovado que todo o abusado na infância, quando adulto será abusador. É um pouco a história da Rice e do Kissinger, Eugênio Neves.

Carlos Eduardo da Maia disse...

O Eugênio faz parte exatamente daquela aula de sociologia da Tropa de Elite que simplifica e relativiza pela mediocridade a discussão de tudo. Tudo é culpa dos ricos, dos exploradores, dos poderosos, dos brancos, da mídia oligopolista. Eugênio, a década de 60 já passou! Os Foucault da vida se perderam nos escuros labirintos da favela dominada pelo trafico da badidagem, como se os Iraques da vida tivessem apenas um problema: a invasão americana. Como se os Afegães adorassem o antigo regime Taliban. Nada é tão simples assim. Ou a gente discute seriamente os problemas mundiais com ponto e contraponto ou a gente vai seguir cantando o jogral da religião do pensamento único politicamente correto, medíocre e prolixo. A escolha é sua.

Anônimo disse...

Como é q é maia? "Os Foucault da vida se perderam nos escuros labirintos da favela dominada pelo trafico..."? Quer dizer q o Foucault ñ explica, mas o maia explica????????? Era só o q me faltava. Vai te enxergar otário. A cada dia tu t supera. Quando a gente pensa q esgotaste o teu repertório de sandices, eis q me apareces com uma nova.
Maia tu és o farol da globosfera. Sem as tuas douto opiniões, sem os teus "contrapontos", estaríamos todos perdidos, relativisando "pela mediocridade a discussão de tudo".
No fundo, os ianques quererem saquear o petróleo do Iraque é culpa dos iraquianos, pois quem mandou aquele bando d "fanáticos fundamentalistas" estarem sobre aquela riqueza. Como é culpa dos favelados do Rio quererem morar naquele local podendo todos eles irem viver na Barra a hora q bem entenderem. No fundo, no fundo, tudo é culpa nossa, da esquerda "arcaica" q teima em recitar o "jogral da religião do pensamento único politicamente correto, medíocre e prolixo." Vindo d ti, um especialista em "pensamento único", é um elogio. Ou melhor seria dizer só em "único", pois como se poderia atribuir pensamento a quem é um mero repetidor das verdades pétreas do deus mercado? E o q mais é culpa nossa, maia? Tu teres nascido?
Há muito tempo atrás vi um documentário sobre a chegada dos aliados a um campo d concentração nazista. Refeitos do choque inicial, os soldados foram as aldeias que circundavam o campo em busca dos alemães para pedirem explicações sobre aquilo tudo. Os aldeões, na maior cara-de-pau, afirmaram desconhecer o q se passava nos campos, ao q os soldados retrucaram: mas vcs ñ sentiam o cheiro??? Sim, por q o cheiro dos cadáveres empestava o ar a quilômetros d distância. Essa é a questão maia, tu tbém "não" sente o cheiro. As coisas estão se decompondo ao teu redor e tu tens uma explicação "mágica", pra tudo, convenientemente descolada da história e sempre nos jogando a culpa, por q sentimos o cheiro.
Então, não atribui a mim aquilo q tu és. Se existe alguém aqui q "faz parte exatamente daquela aula de sociologia da Tropa de Elite", esse alguém és tu, que diz absurdos como este: "A imensa maioria dessas ví­timas e mortes de guerra não foi causada pelo exército americano, mas pela guerra existente entre os próprios iraquianos"..."Muito poucas das mortes contabilizadas ocorreram por fuzis americanos. O exército americano está dando guarida ao governo iraquiano que é contestado por muita gente, sobretudo os radicais". E ainda tens a desfaçatez de dizer q discutes "seriamente os problemas mundiais"!!!!! Claro, Foucault não explica, mas o mercado e o maia explicam...
Mas faço minha autocrítica depois de tudo. Talvez o problema seja meu e ñ teu. Por q polemizo com alguém q considero um bobo? Um bobo com pensamentos perigosos, mas um bobo. E é claro q a escolha é minha. A partir de hoje ñ polemizo mais com idiotas. Mas ainda te faço um último favor: manda aquela fotinho d um parente teu pra colar na caro do vietnamita feito em pedaços pelos teus amigos marines q "entraram em combate para impedir o governo vermelho do Vietnam".

Anônimo disse...

Lombroso vive::::"Fico aqui contemplando a sua foto, seu semblante duro, tentando entender a natureza do fascismo. Meus pensamentos me desconcertam por q ñ tenho como ñ considerar isso. Rice é mulher, e além d ser mulher, é negra." Da série a velhinha de taubaté tem trabalhado de forma incansável. O cara quer ver na cara e na pele da Rice as razões "do facismo", sinceramente... Ela adora o Lula,não esquece de colocar esse elemento nos seus desconcertantes pensamentos....estamos todos no aguardo do que ocorrera..tã-tã-tããã~.

Unknown disse...

A questão reside nos interesses econômicos em voga no Iraque e Afeganistão! Mas não esquecamos do radicalismo sectario-religioso!

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