Você está entrando no Diário Gauche, um blog com as janelas abertas para o mar de incertezas do século 21.

Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 16 de outubro de 2007


Jornada roça área das papeleiras

O Movimento Sem-Terra realiza mobilizações durante esta terça-feira (16) no Rio Grande do Sul em protesto contra as transnacionais papeleiras. Neste momento, cerca de 100 pessoas estão roçando uma área da Votorantim Celulose em Bagé, na antiga Fazenda Ana Paula. Cedo da manhã, cerca de 200 integrantes do MST roçaram uma área da Stora Enso em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai.

As atividades integram a jornada contra as transnacionais e pela soberania alimentar, que ocorre hoje em todo o País. No Rio Grande do Sul, as famílias protestam contra as transnacionais de alimentos e da celulose (erroneamente chamadas de reflorestadoras), que prejudicam a agricultura familiar e dificultam a reforma agrária, respectivamente. No caso do setor da celulose, somente as papeleiras Aracruz, Votorantim e Stora Enso detêm cerca de 300 mil hectares plantados de pinus e eucalipto no Estado. A monocultura concentra a terra nas mãos de poucos e degrada o solo. A atividade do pinus e do eucalipto, especificamente, resseca os mananciais hídricos e elimina a biodiversidade local, prejudicando a produção agrícola. Pesquisas mostram que um único pé de eucalipto consome 30 litros de água para crescer.

Além disso, o setor da celulose não gera tanto emprego como as empresas afirmam. Levantamento da organização Cepedes, do Extremo Sul da Bahia, mostra que a monocultura de eucalipto gera um único emprego a cada 185 hectares.

O MST também critica os governos federal e estadual, que emprestam dinheiro público do BNDES e dão incentivos fiscais às empresas da celulose, sem cobrar nenhuma contrapartida no que se refere a emprego, renda, equilíbrio ambiental e produção sustentável.

Enquanto isso, a agricultura familiar, que é a responsável pela produção de alimentos no País, enfrenta sérias dificuldades para conseguir produzir devido aos altos preços dos insumos e da falta de incentivos do governo. As autoridades também não realizam a reforma agrária. Somente no Rio Grande do Sul, são 2,5 mil famílias acampadas em beiras de estrada sem ter onde morar e plantar.


7 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

O termo "roçar" é estratégicamente ótimo. Talvez tenha sido criado por algum advogado de defesa que tenta ingressar com habeas corpus para soltar algum militante do movimento preso em flagrante hoje. Senhor Juiz, meu cliente não destruiu nada, ele apenas roçou os eucaliptos da multinacional! É isso e apenas isso. Solta ele, Meritíssimo!

Anônimo disse...

"...somente as papeleiras Aracruz, Votorantim e Stora Enso detêm cerca de 300 mil hectares plantados de pinus e eucalipto no Estado..."

Qual a fonte disso? Times New Roman?

Anônimo disse...

Tchê, e vamos fazer papel do quê? De araucárias?

Livros (até escolares) são feitos de quê? E os cadernos? E as cartilhas do MST?

Existe uma onda no mundo onde tentam reduzir a produção de plástico, substituindo até sacolas de mercado por sacolas de papel (aquelas que eram usadas quando eu era criança). E de onde vamos tirar esse papel?

Certas 'lutas' são equivocadas.

Anônimo disse...

Isso não é luta...
Isso é aproveitamento politico de um fato...
Isso é Vagabundagem e desonestidade!!!

Ainda usam maliciosamente a foto de uma idosa pra "justificar" os atos de sabotagem...

Até quando vamos ser dominados nesse pais por esquerdopatas doentios?!

Chega! O mundo livre evolui apostando na educação, estado minimo, capital e lucro responsável...!

Essa é a receita de sucesso nas nações desenvolvidas, o que mais é preciso para as pessoas abrirem os olhos?

Anônimo disse...

Olha só, o Maia, hoje trouxe a matilha.

Anônimo disse...

Grrr...Grrr... Auauau!

Anônimo disse...

A "receita de sucesso" dos paises desenvolvidos que alguem aqui falou foi muito simples: distribuicao de renda com desenvolvimento economico baseado no crescimento do mercado interno. Isso é exatamente o contrario do que vai acontecer quando essa empresa se instalar aqui na nossa terra. Haverá concentracao de renda e producao de um único genero de exportacao. Essa é a formula que o Brasil sempre usou e, como sabemos, ela nao deu certo.

Contato com o blog Diário Gauche:

cfeil@ymail.com

Arquivo do Diário Gauche

Perfil do blogueiro:

Porto Alegre, RS, Brazil
Sociólogo