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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Celetista da RBS se diz perplexo com a guerra


Os fatos objetivos são expulsos de cena

Como chamei a atenção ontem, a RBS está se omitindo de opinar categoricamente em editorial sobre o conflito no Oriente Médio. No domingo, publicou um editorial banal sobre o tema, eu diria, um editorial pacifista-tout-court, quando se sabe que o pacifismo-tout-court é a evasiva dos que sonham com que tudo permaneça como está.

O grupo midiático, que monopoliza ilegalmente dezenas de mídias num mesmo território, opta por fracionar opiniões “sensíveis”, “impressionistas” e individuais entre os inúmeros celetistas da casa. Os fatos objetivos e o conflito histórico perdem a nitidez em favor de impressões subjetivas piedosas contra as quais ninguém pode refutar. As coisas migram do cérebro para algum lugar entre o coração e o estômago. É quando cessa toda a racionalidade.

Hoje, foi a vez do colunista Paulo Sant’Ana se dizer “perplexo” de ver tanta confusão em Gaza. Pollyanna saiu da literatura, tornando-se carne e verbo nos veículos da RBS. Uma coisa de apertar o peito de gente sensível. Leia na íntegra aqui.

Amanhã, quem será o escalado para emitir opiniões sensíveis sobre o genocídio de Gaza?

20 comentários:

Anônimo disse...

É a velha fómula camaleônica, para os menos avisados que são aqueles mesmos que leem esse jornal, é assim imparcial, honesto, etc... he,he,he. É de dar pena. Pobre estado esse, com essa imprensa e com um bando de "dandas" que se orgulham por essa empresa ser gaúcha.
Carlos

Anônimo disse...

Copenhague, 13 jan (EFE).- Os médicos noruegueses Erik Fosse e Mads Gilbert, que passaram 11 dias trabalhando em um hospital da Faixa de Gaza, acusam o Exército de Israel de usar em seus ataques um explosivo de tipo experimental conhecido como Dime (Dense Inert Metal Explosive), informa hoje o jornal "Aftenposten".

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O Dime é uma mistura de um material explosivo e outro químico como o tungstênio e cujo raio de alcance é relativamente curto, mas muito efetivo.


Os dois médicos baseiam suas acusações nos corpos mutilados que examinaram durante seu trabalho no hospital de Shifa e que, segundo eles, mostram "claros indícios" de terem sido atacados com esse explosivo.


"Há uma forte suspeita de que Gaza está sendo usada como laboratório de testes para novas armas", disse Gilbert.


Fotos de corpos de palestinos com ferimentos que teriam sido causados por Dime foram enviadas a um centro em Tromso, no norte da Noruega, que, em uma primeira análise, deu razão aos médicos.


Gilbert e Fosse retornaram ontem pela tarde a Oslo procedentes de Gaza, aonde chegaram antes do Ano Novo.


Os dois colocaram em dúvida os dados de alguns meios de comunicação ocidentais e denunciaram que o alvo prioritário dos ataques israelenses era a população civil, além de considerar esta invasão pior que a de 1982 no Líbano, onde então também atuaram como médicos. EFE

Anônimo disse...

São uns anjinhos, terroristas são o Hamas...

Anônimo disse...

Mário Rangel, não seja injusto. Israel luta apenas com fósforo enquanto o Hamas utiliza foguetes.

Anônimo disse...

Porque vocês acham que Israel transformou Gaza em Campo de Exterminio?

Anônimo disse...

Gaza é um campo de concentração, fechada por todos os lados e sem acesso pelo mar e ar. Israel e o Egito impendem a chegada de ajuda humanitária. Gaza não tem trabalho, assistência médica, comida, é como o gueto de Varsóvia. Não parece ser difícil de entender.

Anônimo disse...

"A estratégia de Israel é outra. Em 1990, o jornal Jerusalém Post publicou que "é difícil conceber qualquer solução política consistente com a sobrevivência de Israel que não envolva o completo e contínuo controle israelense da água e do sistema de esgotos, e da infra-estrutura associada, incluindo a distribuição, a rede de estradas, essencial para sua operação, manutenção e acessibilidade" (1). Palavras do ministro da agricultura israelense sobre a necessidade de Israel controlar o uso dos recursos hídricos da Cisjordânia através da ocupação daquele território.

Anônimo disse...

"O Acordo de Paz de Oslo de 1993, por exemplo, estipulou que os palestinos deveriam ter mais controle e acesso à água da região.

Nessa época, segundo o professor da Hebrew University, Haim Gvirtzman, dos 600 milhões de metros cúbicos de água retirados anualmente de fontes na Judéia e Samaria, os israelenses usavam quase 500 milhões, satisfazendo cerca de um terço de suas necessidades hídricas. Para ele, isso gerou um 'direito adquirido sobre a água'. Questionado sobre o acesso palestino à água, o professor respondeu:

"Israel deve somente se preocupar com um padrão mínimo de vida palestino, nada mais, o que significa suprimento de água para eles só para as necessidades urbanas. Isso chega a cerca de cinqüenta/cem milhões de metros cúbicos por ano. Israel é capaz de suportar essa perda. Portanto, não deveríamos permitir que os palestinos desenvolvessem qualquer atividade agrícola, porque tal desenvolvimento virá em prejuízo de Israel. Certamente, nunca permitiremos aos palestinos suprir as necessidades hídricas da Faixa de Gaza por meio do aqüífero montanhoso. Se purificar a água do mar é uma solução realista, então deixemos que o façam para as necessidades dos residentes da Faixa de Gaza".

Anônimo disse...

Desde 1948, Israel prioriza projetos, inclusive bélicos, para garantir o controle de água na região. Dentre estes:

- a construção do Aqueduto Nacional (National Water Carrier);

- em 1967, anexou os territórios palestinos de Gaza e Cisjordânia e tomou da Síria as Colinas do Golã, ricos em fontes de água, para controlar os afluentes do Rio Jordão. Sobre esta guerra, Ariel Sharon falou que a idéia surgiu em 1964, quando Israel decidiu controlar o suprimento d'água;

- em 2002, a construção o 'muro de segurança' viabilizou o controle israelense da quase totalidade do aqüífero de Basin, um dos três maiores da Cisjordânia, que fornece 362 milhões de metros cúbicos de água por ano. Segundo Noam Chomsky, "o Muro já abarcou algumas das terras mais férteis do lado oriental. E, o que é crucial, estende o controle de Israel sobre recursos hídrico críticos, dos quais Israel e seus assentados podem apropriar-se como bem entenderem..." (2). Antes do muro, ele já fornecia metade da água para os assentamentos israelenses. Com a destruição de 996 quilômetros de tubulação de água, agora falta água para beber à população palestina do entorno do muro;

Anônimo disse...

- antes de devolver (simbolicamente) a Faixa de Gaza, Israel destruiu os recursos hídricos da região. E, até hoje, não há infra-estrutura hídrica nas regiões palestinas.

(1) Do livro de Noam Chomsky: Novas e Velhas Ordens Mundiais, São Paulo, Ed. Scritta, 1996.

Anônimo disse...

Se por acaso alguém ainda duvida que a faixa de Gaza um gueto é só ler o seguinte artigo lá no blog do Luis Nassif:


De Varsóvia a Gaza
Do Valor Econômico
Do Gueto de Varsóvia ao Gueto de Gaza
Maria Inês Nassif

08/01/2009

Anônimo disse...

Esse cara é uma besta, pelo menos aqui no Rio estamos, temos outros,livre deste entulho. Sobre e esse negócio de ver o outro lado sugiro um artigo do Idelber no seu blog com nome de:
Glossário macabro da ocupação, 2: “equilíbrio”, “ponderação", “ver os dois lados”

O endereço do blog é:http://www.idelberavelar.com/

Anônimo disse...

É assim em todo o mundo, não é só com a RBS. Eles dominam as bolsas de valores do mundo inteiro e agora querem as reservas de gás da faixa de Gaza. Deixar quietinhos a mídia corporativa, para eles é o de menos.

Anônimo disse...

No comentário que há reservas de gás na faixa de Gaza é de Azarias, mas saiu Anonimo. Talvez eu tenha errado na digitação.

Anônimo disse...

A coluna do Sant'Ana apenas foi pautada pelo equilíbrio e sensatez, aliás, essas duas palavras não constam nos dicionários dos imbecis que têm que escolher um lado sempre, não interessando as circunstâncias e que tipo de gente está envolvida.

Anônimo disse...

E eu que não sabia que existem diferentes "tipos de gente". Esse blog é muito instrutivo. Pensei que existissem apenas diferentes tipos de caráter.

Anônimo disse...

A coluna do caquético do Santana hoje se superou...
Eu ainda não tinha lido nada tão ridículo sobre o conslito no Oriente Médio...

Anônimo disse...

Prezado,

Como você, faço parte da rede de blogues independentes SIVUCA.
Recentemente ao chegarmos a conclusão que nós, seres humanos, deveríamos fazer alguma coisa, qualquer coisa, para
1. Parar com o banho de sangue de civis inocentes na faixa de Gaza e;
2. Iniciar uma estratégia de longo prazo que resulte na criação de um Estado Palestino
Neste sentido, inspirado por uma matéria originalmente publicada no The Guardian e traduzida para o português pela agência Carta Maior, resolvemos que a melhor alternativa seria iniciar um amplo e irrestrito boicote contra empresas, produtos, serviçoes e fornecedores oriundos do Estado de de Israel, os defensores desta política, seus defensores da mídia e os patrocinadores desta mídia, sobretudo os que patrpocinam matérias, informações e charges maliciosas.
Eu particularmente já coloquei alguma coisa no meu próprio blogue: www.estadoanarquista.org e de início penso em iniciar a ação pelo RS, que é o estado mais politizado da Federaçãao e aquele que tem mais blogues na rede Sivuca.
Ggostaria de saber se é possível contar com sua divulgação, crítica, colaboração e apoio.

Anônimo disse...

ouvi falar que tem deputado petista gaúcho com posição pró israelense...

Anônimo disse...

"Um telefonema de Olmert fez Bush alterar voto na ONU

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, telefonou ao presidente George W. Bush, dos EUA, fazendo-o interromper um discurso em Filadélfia, para lhe dizer que os Estados Unidos não podiam votar a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU, aprovada no último dia 9, a pedir um cessar-fogo em Gaza. "Ele imediatamente falou com a Secretária de Estado e disse-lhe para não votar a favor da resolução", relatou Olmert. Condoleezza Rice ficou embaraçada por ter de se abster numa resolução que tinha negociado pessoalmente.


A revelação foi feita pelo próprio Ehud Olmert num discurso esta segunda-feira na cidade de Ashkelon, relatado pela agência AFP. A abstenção dos Estados Unidos apanhou de surpresa os restantes 14 membros do Conselho de Segurança, que esperavam um voto unânime, até pelo papel activo que Condoleezza Rice teve nas negociações da resolução. "Ela ficou envergonhada", vangloriou-se Olmert. "Uma resolução que ela tinha preparado e negociado, e no fim não votou a favor."



Olmert relatou da seguinte forma o telefonema: "Na noite entre quinta e sexta-feira, quando a Secretária de Estado queria liderar a votação sobre o cessar-fogo no Conselho de Segurança, nós não queríamos que ela votasse a favor. Eu disse: 'chamem o presidente Bush ao telefone.' Responderam-me que ele estava no meio de um discurso em Filadélfia. Disse que não queria saber. 'Preciso falar com ele já'. Ele saiu da tribuna e veio falar comigo. Disse-lhe que os Estados Unidos não podiam votar a favor. Não podiam votar a favor de uma resolução como essa. Ele imediatamente falou com a Secretária de Estado e disse-lhe para não votar a favor."



Israel tinha dito que a resolução era inaceitável porque não garantia a segurança de Israel. Rice diria, depois da votação, que os Estados Unidos apoiavam plenamente a resolução, mas que se abstinham porque pensavam ser importante ver os resultados da mediação egípcia.



Israel ignorou a resolução e prosseguiu - e prossegue - a invasão de Gaza.



Faltam sete(seis hoje 14/01) dias para Bush sair da presidência. Ontem, ele deu a última conferência de imprensa."

Fonte: http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=10208&Itemid=26

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